Quando pensamos na palavra ‘educação’, uma das primeiras imagens que nos ocorre, sem que façamos muito esforço, é a de uma sala de aula, com carteiras enfileiradas e alunos sentados passivamente diante de um quadro e de um professor. Em muitas escolas essa imagem não é apenas uma referência simbólica, mas uma realidade. Entretanto, esse cenário está mudando nas últimas décadas, pois os avanços tecnológicos modificaram as formas de pensar, pesquisar, interagir e construir conhecimento, assim como mostramos recentemente em um post sobre como a impressão 3D ajudou deficientes visuais a interagirem com obras de artes.

Um estudo desenvolvido pelo NMC (The New Media Consortium) em 2014 e divulgado em fevereiro de 2015, revela as principais tendências para o universo da educação nos próximos anos. Nos dois relatórios resultantes da pesquisa, quais sejam o Horizon Report  para a Educação Básica e o Horizon Report Higher Education para o Ensino Superior, em quatro anos as salas de aula sofrerão uma grande revolução de paradigmas, incorporando as novas tecnologias e se tornando muito mais interativas e dinâmicas, de maneira que os alunos sejam, cada vez mais, os protagonistas do processo de aprendizagem.

Alunos de escola americana interagindo, junto ao professor, com protótipos criados por impressora 3D em escola. Continue lendo o post!

Nesse contexto de revolução educacional, a tecnologia de impressão 3D vem conquistando espaço. A partir dela, qualquer pessoa pode produzir, reproduzir e experimentar modelos, réplicas e até mesmo protótipos de invenções próprias, despertando a criatividade e a imaginação. Ora, se criatividade, imaginação e tecnologias são a tônica da educação do futuro, as impressoras 3D se tornam fontes imprescindíveis de recursos didáticos mais baratos e muito mais interessantes para uma sala de aula adepta demetodologias avançadas que visam estudantes ativos, que aprendem a partir de projetos.

Esse futuro não é tão distante e, na verdade para algumas instituições de ensino, está acontecendo agora. Atualmente, as impressoras 3D que, progressivamente atingem faixas de preço mais acessíveis, já são parte integrante dos laboratórios de alguns colégios e Universidades nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, na Austrália e outros países. A A. MacArthur Barr Middle School, do estado de New York, é um exemplo. A escola inovou as aulas de tecnologia da turma do 8º ano, propondo uma competição de corrida de automodelos construídos pelos próprios alunos, com conjuntos de rodas impressos em uma Maker Bot Replicator Desktop 3D. Os alunos puderam vivenciar de forma lúdica e interativa conceitos complexos e, muitas vezes, considerados abstratos como massa, aceleração, velocidade e aerodinâmica.

Alunos de escola observando impressora 3D funcionando dentro da sala de aula. Continue lendo nosso post!!

Com as impressoras 3D, modelos e materiais que só poderiam ser vistos na tela do computador e nas páginas do livro didático ganham formas de objetos reais. Isso facilita a aprendizagem de conteúdos em diversas disciplinas. Em aulas de história, por exemplo, podem ser produzidas réplicas de objetos usados por homens de diferentes épocas, o que promove discussões, análises e associações muito mais ricas. Já em Geografia, as impressoras podem criar representações topográficas das regiões estudadas. Em Biologia, a impressão 3D pode contribuir com a ética científica, por exemplo, substituindo os animais usados em estudos de vivissecção por cópias perfeitas, contendo órgãos, tecidos e células impressos com precisão e detalhamento. Até mesmo as aulas de química podem contar com modelos de moléculas (incluindo as temidas cadeias de carbono).

Além desses benefícios, esse salto para o futuro educacional com o suporte das impressoras 3D na sala de aula, pode impactar de forma muito positiva na formação profissional dos alunos. A tecnologia de impressão 3D possibilita que o aluno participe ativamente dos processos de planejamento, criação e elaboração dos materiais e objetos de seu estudo. Isso faz com que ele se torne um profissional de alto rendimento, e estimula o desenvolvimento da autonomia intelectual, da analise crítica, do trabalho em equipe, da liderança e do comprometimento.

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