Fugindo um pouco de sua função principal, a espionagem, os drones já estão realizando atividades que o ser humano não consegue realizar sozinho.

Registrar, marcar presença, observar e até interagir, mesmo estando ausente. Cada vez mais essas ideias parecem plausíveis e absolutamente comuns. Seja por meio de computadores, celulares ou tablets, as relações humanas sofreram alterações: estão cada vez mais virtuais, fazendo com que deslocamentos espaciais não sejam mais tão necessários. Ao mesmo tempo, a virtualidade permite que as relações perdurem, ainda que por meio de uma conexão frágil – quem não tem pelo menos um amigo da infância que foi reencontrado nas redes sociais?

Há invenções que, quando são lançadas no mercado, não nos permitem enxergar o alcance que podem ter. O computador pessoal (personal computer – PC), a telefonia móvel (Mobile), e voltando um pouco no tempo, as geladeiras de uso doméstico, são alguns exemplos de invenções que alteraram radicalmente os hábitos humanos. Tenazmente associados aos hábitos, estão o consumo, ou melhor, a forma de se consumir e o que se consome.

Drone sobrevoando cidade. Céu azul e nuvens no céu.

Em 2014, Isabella Carrera listou, em um artigo para a Revista Época, treze usos inusitados para outra invenção que vem causando uma série de mudanças: os drones. O conceito é antigo. Carrera faz referência a um VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), ou algo que se aproxima dos drones, utilizado em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial. Porém, eles só ganharam visibilidade e popularização mais recentemente.

Muitos enxergam neles apenas um “brinquedo de gente grande”. Realmente: filmar ou fotografar cenários belíssimos ou simplesmente curiosos, parece ser brincadeira de gente grande. Porém, se o conceito é único, os usos são infinitos, indo de aplicações inusitadas como a participação em comerciais ou exercendo a função de dog walker, até atividades científicas como o mapeamento em 3D para estudos de mineralogia, arqueologia, controle de ecossistemas, entre outros. Em uma rápida busca no Google Acadêmico, são listados mais de 12.000 artigos científicos relacionados ao tema!

 

Existem outras funções mais utilitárias, diretamente relacionadas com a produção agrícola, a pecuária, o comércio e a segurança.

Há quase um ano, Teresa Raquel Bastos apresentou 15 usos de drones especificamente relacionados com a agricultura e a pecuária: análise da plantação, demarcação de plantio, acompanhamento do desenvolvimento da safra, pulverização, acompanhamento da pastagem, monitoramento do desmatamento, localização de nascentes de água, identificação de locais para a abertura de estradas, vigilância, localização de focos de incêndio, telemetria, contagem e tocada de boiada, busca de animais perdidos e divulgação de áreas da fazenda para eventual venda.

Utilização de Drones no cotidiano das pessoas. Modelo voando com luzes vermelha e verde claro.

Tudo isso pode parecer algo distante, mas de acordo com Margi Murphy, da techworld, a Juniper Research acredita que o setor agrícola será responsável por 48% das vendas de drones neste ano!

Em se tratando de comércio, a Amazon, vem testando o Amazon PrimeAir, com uma proposta de entregas feitas por drones. Esse projeto ainda está enfrentando uma série de questões legais, pois exige uma nova regulamentação envolvendo não apenas o espaço aéreo, mas também garantias aos direitos dos consumidores, antes de entrar em voga. Confira abaixo o comercial da Amazon.

Se as entregas continuam em teste, o uso de drones em catástrofes naturais ou em segurança, vem sendo utilizado em diferentes países. O primeiro registro foi com o furacão Katrina, em 2005, para a busca e localização de sobreviventes.

Em Fukushima, estão sendo desenvolvidos drones para realizar pesquisas dentro a usina. Neste caso, o modelo diverge do padrão com controle remoto, guiando-se de forma autônoma por meio de lasers que detectam obstáculos, evitando choques. Além disso, opera mesmo sem o GPS e substitui a própria bateria sem necessitar de intervenção humana.

No Brasil, durante o feriado da Páscoa, a farra do boi, prática proibida desde 1997, mas que perdura em algumas regiões interioranas, foi combatida com o auxílio de drones. As possibilidades de uso são inumeráveis, assim como a quantidade de vídeos, artigos, notas e fotos que já estão disponíveis na internet. Certamente, esses pequenos veículos aéreos têm uma longa história pela frente.

 

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