Impressão 3D e crianças uma relação que envolve a tecnologia e a criatividade
Não é novidade que as tecnologias de impressão 3D conquistaram um grande espaço nas indústrias de bens de consumo infantis, sobretudo nas fábricas de brinquedos. Impressoras 3D são capazes de produzir brinquedos inteiros, peças para jogos e até miniaturas personalizadas, economizando tempo, custos e materiais e, por isso, têm se tornado cada vez mais presentes entre os meios de produção e inovação.
Nos últimos anos, grandes empresas como a Disney e a Lego despertaram interesses por projetos de impressão 3D para aumentar a interatividade com as crianças, na criação de brinquedos personalizados, pensados e desenhados por elas. Mas foi neste ano que essa tecnologia virou brinquedo e está acessível às mentes criativas da garotada. A Mattel lançou no mercado um aplicativo de design e uma impressora 3D para que meninos e meninas possam criar livremente os próprios brinquedos, envolvendo toda a família, chamados ThingMaker. O brinquedo é inspirado em um clássico do catálogo dos anos 80 da empresa, com o mesmo nome.
Até hoje os brinquedos infantis foram pensados, desenhados e produzidos por adultos e isso acaba direcionando e, até mesmo, limitando os conteúdos e as formas das brincadeiras. A tecnologia de impressão 3D nas mãos das crianças é uma ideia que pode transformar definitivamente a relação com os brinquedos, uma vez que eles serão o produto da brincadeira, isto é, a consequência da imaginação e da ação criativa da criança no mundo, de maneira individual ou compartilhada.
Essa nova perspectiva de manufatura direta no universo da infância tem levado algumas empresas a investir em cursos de formação em impressão 3D exclusivos para crianças. Em San Diego, na Califórnia, Calramon Mabalot, um menino de 9 anos, estuda e desenvolve projetos com tecnologias 3D. Entre as centenas de suas criações diferentes, ele construiu (em inacreditáveis 4 dias!) uma prótese robótica de excelente performance para um professor, que nasceu sem a mão. O resultado foi tão positivo, que foi reconhecido e compartilhado pela Enabling the Future, organização que compartilha modelos em 3D que podem ser baixados e impressos por qualquer pessoa.
Calramon é uma criança adorável que brinca, diverte-se com jogos eletrônicos e com os próprios brinquedos e que tem uma curiosidade infinita. Em seu perfil na rede social Twitter, ele escreve: “a impressão 3D responde às perguntas que ninguém está fazendo”. O menino e seu irmão mais velho têm um canal no YouTube com dicas em tecnologia e robótica e uma página criada por eles, onde vendem algumas invenções.
A tendência é que as tecnologias de impressão 3D deixem de ser “coisa de gente grande” e tornem-se parceiras de uma infância inventiva, criativa e autônoma. As escolas já estão se apropriando dessa tecnologia para enriquecer a sala de aula e melhorar as aprendizagens. Em pouco tempo as impressoras 3D farão parte da vida das crianças, e poderão emprestar aos engenheiros mirins, toda sua potencialidade.