Novo Flying Eye Hospital conta com tecnologia de impressão 3D

Você sabia que quase 40 milhões de pessoas no planeta sofrem de algum tipo de cegueira que poderia ser evitada com tratamento ou cirurgia? Foi pensando nesse problema de saúde mundial que a organização americana Orbis, com o objetivo de eliminar a cegueira desnecessária no mundo, transformou uma aeronave modelo DC-10 em um hospital oftalmológico aéreo, ou o Flying Eye Hospital em 1994. A ação humanitária visa a realização de tratamentos e cirurgias e a formação de médicos oftalmologistas e enfermeiros especializados ao redor do mundo.

Novo Flying Eye Hospital conta com tecnologia de impressão 3D 2

Nesses 22 anos a aeronave percorreu mais de 30 países. Em 2016 a Orbis substituiu o avião de modelo DC-10 por um MD-10 (atual Boing) e reconstruiu todo o hospital, ampliando e modernizando seus espaços. O equipamento conta hoje com uma sala de aula com 46 lugares, uma sala de esterilização, duas salas de cirurgia e um ambiente para atendimento pré e pós-operatório, entre outros espaços.

Novo Flying Eye Hospital conta com tecnologia de impressão 3D

Para manter o ambiente dentro dos padrões hospitalares e, ao mesmo tempo, atender às exigências da Federal Aviator Administration (FAA), o projeto de instalação do hospital contou com a manufatura aditiva no desenvolvimento de um dos componentes mais complexos e fundamentais para a viabilização desse projeto: os dutos de circulação e filtragem do ar entre as diversas cabines

Os dutos de ar deveriam atender a formatos muito específicos para encaixe, respeitando precisamente certas curvaturas, tamanhos e pesos e tinham que ser confeccionados com materiais adequados aos testes de combustão e fumaça requisitados pela FAA. Assim, a empresa optou pela tecnologia de impressão 3D, que permite que as peças sejam desenvolvidas de forma individualizada e sob medida, com alto grau de precisão e fidedignidade ao design.

Material FDM ULTEM 9085

O material utilizado para a fabricação dos dutos foi um termoplástico especialmente elaborado para suportar condições ambientais extremas, o ULTEM 9085. Os testes realizados com os protótipos foram capazes de extinguir o fogo espontaneamente em um período de tempo específico, o que permitiu que o modelo fosse aprovado pela FAA. A tecnologia de impressão 3D escolhida para esse processo foi a FDM (Fusion Deposition Modeling), que é capaz de modelar termoplásticos camada por camada, permitindo a fusão de outros recursos durante o processo de manufatura aditiva.

Em poucos dias os dutos de ar estavam prontos e puderam ser entregues à empresa para a montagem do hospital. As peças foram um sucesso na instalação e acoplaram-se perfeitamente à aeronave. Em um processo de fabricação tradicional, essa produção seria muito mais complexa, envolvendo maiores custos e tempo. O novo Flying Eye Hospital, é a terceira geração desse projeto da Orbis e foi inaugurado em junho de 2016, com sua primeira missão prevista para setembro deste ano, na China.

A manufatura aditiva tem sido uma opção cada vez mais vantajosa para a indústria aeroespacial. O aumento da procura pelas tecnologias de impressão 3D neste ramo da indústria atualmente se deve, principalmente, à capacidade de construir peças únicas e exclusivas com materiais de alta performance e segurança, de baixo peso e volume que não precisam ser produzidas em larga escala, evitando desperdícios e garantindo agilidade na produção.

Veja também:

As tecnologias 3D são aliadas na academia médica

Airbus quer avião feito em impressora 3D

Industria 4.0 no brasil

×