Bioimpressão e Biotinta para manufatura aditiva do tecido nervoso

Essa fantástica técnica irá auxiliar nos estudos de doenças neurodegenerativas, testes farmacêuticos e em breve será possível reconstruir partes danificadas de um cérebro.

Pesquisadores da Unifesp estão atualmente trabalhando em uma biotinta que será capaz de produzir tecidos neurais em 3D, que irá simular um cérebro humano e poderá permitir um estudo mais preciso para resolvermos e criarmos soluções contra doenças neurodegenerativas, conhecemos algumas como Alzheimer ou até mesmo a que atingiu recentemente o cantor de rock Ozzy Osbourne, o Parkinson.

A importância da Biotinta

A estrutura central dessa idéia é na reprodução de um sistema nervoso central de forma fiel ao sistema nervoso real, são realizados com placas de cultura, com apenas um tipo de célula em formado bidimensional, esses testes podem ser feitos com ratos, já que possuem um cérebro pouco complexo e auxilia nos processos de teste.

A biotinta que foi desenvolvida será utilizada em uma bioimpressora 3D, que consegue imprimir camadas que formem uma estrutura muito parecida com a de um órgão ou tecido.

Essa grande inovação tecnológica está sendo testada por grupos de pesquisa ao redor do mundo e podemos contar que futuramente espera-se que possam ser usados para transplantes.

Por enquanto esses órgãos em miniatura serão utilizados para retratarmos modelos experimentais e realizarmos testes fármacos e até mesmo para identificar como é desenvolvido uma determinada doença.

Diversos testes já foram realizados, e todos com muito sucesso, o mais difícil e menos volúvel é o cerebral, que envolve a complexidade de um sistema nervoso, que é composto por células diferentes que interagem entre si.

O poder da Bioimpressão

Podemos dizer que a bioimpressão está no início de sua caminhada ao redor do mundo, ainda na maior parte de seus projetos está baseada em produção de estruturas simples como cartilagem e ossos.

O tecido neural por ser mais complexo está com pouco conhecimento de sua capacidade e de como trabalhar de forma volúvel com ele.

Com a bioimpressão 3D podemos fazer camadas com materiais mais porosos, e ocorre a troca de gases na entrada de nutrientes para células.

Pode ser trabalhada a vascularização de tecidos, fazendo com que ele demore mais para se decompor.

Essa técnica é fantástica pois pode contribuir mais com o estudo de doenças neurodegenerativas, alguns testes fármacos e no futuro poderemos reconstruir partes do cérebro.

Bioimpressão  – Vascularização

Os primeiros testes que a Unifesp realizou, foram com proporções de gelatina que contém colágeno e está presente nos órgãos humanos e o alginato, que é uma substância a base de algas que é biocomptivel.

A grande vantagem é os materiais serem pastosos e conseguem passar por agulhas que compões a estrutura da impressora 3D, elas se solidificam depois que for depositado na superfície.

Quando o colágeno dá firmeza para as peças bioimpressas, o alginato fica poroso e permite a proliferação de células que são essenciais para obtenção de um tecido real.

Nos testes foram realizados com proporções de 5% de gelatina, o que se tornou uma proposta promissora.

A ideia das pesquisadoras é imprimir a mistura em diferentes camadas. Cada uma teria diferentes células, a princípio, astrócitos, neuroblastos e células endoteliais. Os astrócitos são as células mais abundantes e de maior dimensão do sistema nervoso central.

Bioimpressão – Origem de tudo

Podemos afirmar que o tecido nervoso por ser mais complexo, se torna um desafio reproduzi-lo.

Os próximos passos da pesquisa incluem utilizar células cerebrais dentro da biotinta, e entender o processo de interação entre elas e como se formam para que possam reproduzir de forma correta o funcionamento cerebral.

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